sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A morte do palhaço



Alguém fingiu, na peça alguém fingiu que brincava e o palhaço quedou traído.O batom caído, o brilho apagou-se, os olhos tristes e opacos, pela última vez ele suspirou . Há quem dia, como na canção, que o palhaço é do grande circo apenas o ladrão, do coração de uma mulher.Mas no fundo, como todo artista, o palhaço tem na pista tristeza à dar na vista. Tragicômico deitou-se ao chão , sufocado pela solidão.Morto e machucado como Abel por Caim, levava consigo um bocado de tormento e paixão. De herança deixara a continuidade que a alegria é um bom remédio, e que a vida é uma peça sem ensaios e intermédios.
Depois do espetáculo, a charanga foi-se errante pousar em outros vilarejos.
O corpo do protagonista do grande circo fúnebre dorme eternamente em terras secas; o seu amor, de cabeleira negra como o céu escuro, chora seu desalento por dias e noites, tomando sua dor como açoites.


E a platéia a se perguntar : Ainda vale à pena sorrir? Ainda vale à pena chorar?




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